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Radar à prova de “fujões”: veja como serão os novos radares de trânsito.

Como opera a nova fiscalização que já chegou em SP.

A imagem de um motoqueiro reclamando que foi multado mesmo passando por fora dos laços indutivos deu o que falar. A tecnologia é a mais tradicional das medições de velocidade, uma vez que mede o tempo que um veículo leva para passar entre um sensor e outro. No entanto, esse tipo de “malandragem” será impossível com a nova forma de fiscalização que está sendo adotada rapidamente no país, do tipo Doppler.

Frequências eletromagnéticas:

Na verdade, esta medição é conhecida, sendo usada há décadas em outros setores. O princípio de funcionamento é simples: o aparelho emite ondas eletromagnéticas contínuas que, quando rebatidas pelos veículos, mudam de frequência. Essa diferença de aumento ou diminuição das frequências permite aferir a velocidade e outros fatores. “Laços” virtuais servem de baliza para a medição.

O nome de batismo é uma homenagem a Christian Andreas Doppler, físico austríaco que descobriu, ainda no século XIX, o efeito, descoberta compartilhada com o também físico Hippolyte Fizeau.

Foto: Divulgação

Diferentemente dos radares com laço físico, o Doppler permite identificar a velocidade à longa distância, podendo chegar a 100 metros antes ou depois do aparelho, algo impossível em um tipo com marcação no piso. Ou seja, é a prova da tática de diminuir a velocidade em cima do radar para acelerar logo depois de passar pelo aparelho. É como se fosse um laço virtual. A cobertura chega a quatro faixas, sem espaço para alguém desviar delas.

Além da velocidade acima da máxima permitida, esse tipo de aparelho indica se o veículo está parado sobre a faixa de travessia de pedestres, avanço de sinal vermelho, andar na contramão e conversão proibida. Sem falar que conseguem detectar ainda o número de pessoas no modelo e infrações como o uso de celular.

E tem a vantagem de não precisar destruir o pavimento para ser instalado ou gerar obstruções de trânsito para manutenção. Por isso mesmo, os radares do tipo Doppler são chamados de não intrusivos.

O que diz o Presidente da Velsis, Guilherme Araújo:

“Temos não intrusivos em Curitiba, São Paulo, Salvador, Novo Hamburgo, Anápolis, Aracaju, Campina Grande, João Pessoa e no estado do Pará (um contrato com o Detran)”, afirma Guilherme Araújo, diretor presidente da Velsis, empresa especializada no ramo. De acordo com a empresa, os novos radares já estão multando os motoristas infratores.

Ao todo, a companhia curitibana tem mais de 1.699 faixas monitoradas e 731 equipamentos em diferentes cidades, em 24 dos 27 estados. A instalação em São Paulo está sendo implementada e irá até o início do ano que vem para ter todos em operação. Na capital paulista, de acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), há sete radares do tipo em ação, não mais em período de testes.

Quando o radar Doppler vai ser implantado no Brasil?

O radar Doppler ainda não está em funcionamento oficialmente no Brasil, mas já está sendo testado em algumas vias de São Paulo e Curitiba.

As rodovias paulistas que estão recebendo os experimentos são:

  • Washington Luís (SP-310);
  • Comandante João Ribeiro de Barros (SP-225);
  • Luiz de Queiroz (SP-304);
  • Irineu Penteado (SP-191);
  • César Augusto Sgavioli (SP-261); e
  • Assis Chateaubriand (SP-425).
Foto: Washington Luís (SP-310)

Os testes estão sendo realizados desde o começo de junho de 2023 e têm apresentado bons resultados, mas ainda não geram multa para os infratores. A tendência é que, à medida que os resultados positivos se multipliquem, mais cidades decidam implementar a nova tecnologia.

Ainda não há previsão de quando o radar Doppler será implantado de forma definitiva nas estradas brasileiras, mas é bom aproveitar esse período para se adaptar à nova tecnologia e respeitar os limites de velocidade.

Lembre-se: dirigir com cautela e atenção às leis de trânsito é a melhor maneira de evitar acidentes e multas.

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